Para o país, o ano de 2021 conheceu flutuações extremas em termos de intensidade e comportamento da violência política. Iniciou com a ocupação efectiva do litoral de Cabo Delgado pelos insurgentes, e culminou com a sua expulsão dessas zonas. O apoio das Forças de Defesa do Ruanda (RDF), a Polícia Nacional do Ruanda (RNP) e pela força integrada da SADC (SAMIM) foi instrumental na derrota dos insurgentes como força militar de guerrilha convencional. Os insurgentes passaram de ataques organizados a vilas e povoados para ataques dispersos num raio de acção mais alargado, com incursões na província de Niassa e da Zambézia. No Niassa, os grupos armados, fizeram com que mais de quinhentas pessoas dentre crianças, jovens e adultos abandonassem as suas residências em busca de refúgio e abrigo nas escolas no distrito de Mecula. Existem indicações fortes de que os insurgentes estejam a mudar de táctica operativa e a alargar a sua área de operações também para a província da Zambézia. Na Zambézia, têm sido identificadas movimentações na região de Pebane, no litoral, desencadeando a mobilização de unidades das Forças de Defesa e Segurança (FADS) e do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) em esforços de contrainsurgência.