Conflict Weekly No 28-22 a 28-Maio-22-FINAL
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The Governor of Niassa has urged the population of Mavago to step up surveillance against potential terrorist activity in the district aimed at to destroying infrastructure that is being erected by the government. The appeal to vigilance is commendable, although it demands citizens to have mechanisms to guarantee the security of public goods, at a time the same citizens are not even able to protect their their goods, livelihoods and lives. Given that the state demand citizens to be identifiable at all times by the neighborhood chief connected to governing the Frelimo party, it is strange that when it comes to matters of state and human security, those structures are not considered to be vital in identifying people.
PORT:
O destaque desta semana vai para a noticia segundo a qual, a Governadora de Niassa exorta população de Mavago a intensificar a vigilância contra possíveis terroristas que possam escalar o distrito para destruir infra-estruturas que estão a ser erguidas pelo governo. Judite Massengele fez a exortação, esta terça-feira, depois de ter feito a entrega de duas escolas e sanitários na sede distrital. As infra-estruturas vão beneficiar mais de dois mil e duzentos alunos, segundo dados apresentados na cerimónia de entrega. Para Governadora de Niassa, a vigilância pode garantir que os terroristas não deitem abaixo os esforços que visam melhorar as condições de vida dos moçambicanos.
O apelo à vigilância é de louvar, mas exige que a população tenha mecanismos de garantir a segurança de infraestruturas num contexto em que estes não conseguem proteger suas próprias vidas, casas ou palhotas, campos de produção e criação contra os insurgentes. Considerando que no caso de Mocambique, as estruturas burocráticas exigem que o cidadão seja sempre identificado pelo Chefe de Quarteirão, parece que a Governadora está a dizer eu as estruturas do bairro e quartirao nomeadas pelo Partido Frelimo não funcionam quando se trata de garantir a segurança do cidadão. Talvez seja altura de reformular o funcionamento ou a existência dessas figuras, se de pouco valem para garantir a vida do cidadão em contexto de conflitos, mas são usados como intermediários quando se trata da vez do cidadão receber ajuda humanitária ou ter acesso a bens e serviços do Estado.
