Indicadores para a paz em Moçambique, CEPCB – Policy Brief No. 4 – FINAL

A quantidade de acordos de paz assinados em Moçambique parece também indicar de forma clara a quantidade de vezes em que o governo, a RENAMO, os parceiros internacionais e as Nações Unidas não se preocuparam, de facto, em criar condições para uma paz positiva no país, para além dos discursos e programas mediáticos. Apesar de todos esses acordos, a preocupação dos beligerantes nacionais (a FRELIMO e a RENAMO), bem como dos parceiros internacionais, parece ser de fazer o mínimo dos mínimos para acabar com a guerra, e evitar ao máximo qualquer esforço de introduzir medidas que afetem o seu modus operandi no pais. No meio destas assinaturas constantes dos grandes fracassos nacionais de construção de paz, importa refletir profundamente na apatia das organizações internacionais, igrejas e organizações da sociedade civil que se dizem participar em processos de construção da paz, e investem recursos em projetos cujo desenho e implementação pouco têm a ver com indicadores da paz positiva, tirando os nomes. O que poucas vezes é discutido é a forma como doadores, organizações ligadas ao sistema das Nações Unidas, as Instituições de Bretton Woods, e as organizações não governamentais (igrejas e ONGs) nunca conseguiram criar sistemas inclusivos, abertos, transparentes de governação internamente e nas suas respetivas áreas de acuação, e também nas suas relações com os seus beneficiários, baseados nas regras dum estado de direito pós-AGP.

 

CEPCB

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Centro de Estudos de Paz Conflito e Bem Estar

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