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André Matade Matsangaissa

(18 de Março de 1950 a 17 de Outubro de 1979)

PDF [/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”3/4″][vc_column_text]André Matade Matsangaissa  – Curta Biografia CEPCB

André Matade Matsangaissa nasceu a 18 de Março de 1950, no distrito de Gorongosa, na província de Sofala. Teve uma infância difícil vendo-se obrigado a trabalhar cedo. Com a morte do pai, abandonou os estudos no terceiro ano, tendo conseguido um emprego na Sociedade Hidroeléctrica do Rovue (SHER). Mais tarde, em 1968, quando iniciaram os trabalhos de construção da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, concorreu para algumas vagas reservadas a SHER, tendo sido apurado[1]. Morreu a 17 de outubro de 1979, vítima de ferimentos em combate contra as Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM), em Gorongosa.

Nas três fases de construção do Estado Moçambicano, nomeadamente: o período colonial, o período do monopartidarismo/democracia popular e o período do multipartidarismo/democracia liberal, André Matsangaissa esteve envolvido nas duas iniciais. Na primeira, como um entre muitos, uma figura subalterna, e na segunda como figura de proa, mesmo que brevemente.

Foi na companhia de amigos que decidiu participar da luta armada de libertação nacional em 1970. Em 1972, já na Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), é notada a sua participação em combates no 2º Sector do Departamento de Defesa em Manica e Sofala. Conquistada a Independência Nacional, já com o grau de Tenente, foi-lhe incumbida a tarefa de chefiar a secção de construções, no quartel de Dondo.

De seguida, é preso por suspeita de corrupção, com base em acusações que alguns consideram terem sido fabricadas para proteger os seus superiores na hierarquia militar que estavam envolvidos em desvios de material do exército. Foi punido por furto, expulso das FPLM e enviado ao Campo de Reeducação de Sacuzo no distrito de Gorongosa[2], local destinado a doutrinar os desobedientes do regime socialista imposto pelo governo. Em menos de dois anos, Matsangaissa transitou de ser parte do movimento de libertação nacional (Frelimo), para inimigo da revolução socialista.

Sobre a sua fuga do campo de reeducação prevalecem duas narrativas. A primeira sustenta a tese de que foi liberto durante um ataque ao acampamento pelas forças rodesianas e levado para a Rodésia. A segunda defende que Matsangaíssa fugiu do campo de reeducação e procurou refúgio na Rodésia, onde recebeu ajuda para lançar a resistência armada contra o regime de ditadura socialista instaurado em Moçambique no pós-independência.

Foi em 1975, na Rodésia do Sul que Matsangaíssa participou da fundação da Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO) tendo sido constituído como o Primeiro Comandante do movimento de guerrilha que conduziu um conflito/guerra civil, iniciado(a) em 1976 de alta e baixa intensidade em todas as regiões do país, tendo culminado com a assinatura dos Acordos de Paz de Roma a 4 de Outubro de 1992, pondo fim ao regime monopartidário adoptado em 1975, para um sistema multipartidário/democrático.

Embora tenha perdido a vida quatro anos após o início da guerra civil (1979), Matsangaissa é creditado por parte da sociedade, como resistente ao sistema de partido único, suas políticas radicais de assimilação social e política, ao modelo do Estado herdado do colonialismo e à uniformização política em torno do socialismo democrático.

André Matsangaissa é uma das poucas figuras políticas cujo nome simboliza um movimento (Matsangaissa para indicar pertença à RENAMO) e uma atitude (Você é um Matsanga, para rotular alguém como pessoa crítica ao sistema, ou desobediente civil). A luta da RENAMO e de André Matsangaissa é considerada instrumental para o nascimento da democracia no país, embora seja mais lógico associar a democracia no país à queda do bloco do Leste e da União Soviética. Mas essa luta, justa ou injusta, mudou o panorama político nacional, e trouxe para os Moçambicanos uma alternativa política e armada à FRELIMO durante a guerra civil e no atual período após 1992. Matsangaissa representa na óptica do discurso da FRELIMO o nascimento da segunda vaga de “reacionários” no país, mas é rotulado de representante da resistência por uma parte considerável de Moçambicanos que depois da independência conduziu uma luta armada contra o projecto socialista de partido único da FRELIMO.

WORD: Biografia de Andre Matsangaissa fINAL-REVISTO-17-12-2022

PDF: Biografia de Andre Matsangaissa fINAL-REVISTO-17-12-2022

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